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sábado, 4 de dezembro de 2010

No metrô

Entro no metrô praticamente vazio com minha mochila, sento no primeiro banco que encontro, olho pela janela vejo uma cidade agitada debaixo de um céu nebuloso . Pessoas entram, pessoas saem. O metrô não para. Vejo uma velhinha. Vejo uma mulher grávida. Vejo um cara com tatuagens estranhas. Vejo pessoas cansadas. Vejo uma moça com olhar de desprezo. Vejo um rapaz lendo um livro. Vejo uma menina sorrindo. Vejo senhoras conversando e logo atrás tem um homem olhando o seu relógio. Vejo um idoso lendo seu jornal. Vejo um mundo em segundos.

Nesse momento posso sentir que tem alguém medindo meus movimentos e, percebo que não sou a única observadora de pessoas. O metrô corre acelerado. Vejo minha vida passar pela janela, debaixo daquele túnel posso ver, imaginar, e quem sabe um dia realizar a vontade de ser um alguém melhor. É a hora da partida, enfim chega na minha estação, pego minha mochila, deixo as ilusões e continuo andando sem olhar para trás, sem olhar para trás... Sabendo que no proxímo dia naquele mesmo vagão estaram presentes pessoas diferentes, com personalidades e histórias distintas e outros observadores de pessoas passaram por ali, talvez com as mesmas ideias, porém, jamais com os mesmos pensamentos e planos...

Esses por sua vez, são apenas meus, impossível de serem dividos e até mesmo descobertos.

Débora Gonçalves

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