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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os mesmos dias



Na noite, me encontro deitada e rolando de um lado para o outro. Escutando música e pedindo aos céus que o sono, sem sonhos, venha logo. Como boa capricorniana, tenho aqueles sentidos despercebidos de ficar pensando em mil coisas antes de dormir o que resulta em uma pequena insônia. Dentre todos os pensamentos: Você. Você domina a minha mente. Você que me toma em seus braços largos como se eu fosse um ser indefeso. Você que entende os meus demônios, as minhas feras, meus risos impulsivos, meu modo de falar e essa minha liberdade toda. Você que encontra em mim um porto seguro quando na verdade o meu porto de seguro não tem nada.


Você que esteve ali ao meu lado, abraçou, chorou, gritou, pediu e me tem, ainda que soluçando, me tem. Inteira, sem metades, sem empecilhos. Com maldade, com amor, com vontade. Você que me encontra no sábado à noite e me abraça de um jeito tão louco que me faz sentir, única.


Tomei as suas dores, você tirou os meus medos. Acreditou nos meus sentimentos e passou a mão sobre a minha cabeça como quem diz: Vem, estou contigo. E quando eu vejo, ali estou, com a cabeça deitada em seu colo pedindo, por favor, mais um pouquinho. Mais um cheirinho. Não me deixe. E o que quiserem falar, que falem. Sou eu, aquela destemida, sem letras e sem medo do passado. Caminhar ao seu lado, não deixar nenhum encosto, nenhum medo bobo te tirar de mim. Sou aquela que eles querem, que elas temem e que você tem nas mãos.


Nossos ritmos sempre em conjunto por mais distantes. Não peço segundos, não peço que me tenha contigo como um refúgio das noites de solidão. Quero mais, você me deu esperança, você acalmou o que em mim havia de mais inquieto. Você tocou meu coração e se tocado ele foi, ele sentiu, gostou e aqui está pedindo o que você prometeu. Não tenha medo do que há em mim, eu posso mostrar que tudo o que havia aqui, passou. Não tenha medo de tocar o amor, eu irei aonde for para mostrar o quanto eu quero mudar o que passou e viver com você o dia de sempre. Os mesmos dias.

Débora Gonçalves