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sábado, 18 de junho de 2011

Não pergunte


Não sei dizer o motivo de tantos medos me seguindo. Por favor, vou pedir que não me cobre e nem me peça explicações sobre as minhas atitudes, sou uma mulher de cinco minutos. Cinco minutos para mim pode ser mais. Preciso de tempos e de momentos, preciso de risos e de sentidos e preciso que me leiam. Necessito achar um modo que não haja mais perguntas para minhas palavras. Preciso que saibam interpretá-las, e da melhor forma me traduzir.

Tenho medos, tenho surtos de insanidades que me fazem agir impulsivamente. Mas eu gosto do impossível, gosto do não existente. Ás vezes, me perco nesses caminhos longos que me aparecem. Sou tão confusa que me contradigo, me desviando dos meus momentos. Eu fujo me perco e me encontro. Posso está aqui e logo, ali. Mas, por favor, se não entender o que eu sinto nem pergunte. Sou assim, meio complicada. Bebo angustias e raras vezes alegrias. Com os meus medos e meus sonhos, vou seguindo essa estrada que chamo de vida. Durmo de canto e nem deito, me perco em pensamentos que me fazem perder o sono.
Não sou nada breve por mais que eu tente, preciso que as pessoas me bebam aos poucos até ficarem completamente embriagadas de mim!

Débora Gonçalves

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os mesmos dias



Na noite, me encontro deitada e rolando de um lado para o outro. Escutando música e pedindo aos céus que o sono, sem sonhos, venha logo. Como boa capricorniana, tenho aqueles sentidos despercebidos de ficar pensando em mil coisas antes de dormir o que resulta em uma pequena insônia. Dentre todos os pensamentos: Você. Você domina a minha mente. Você que me toma em seus braços largos como se eu fosse um ser indefeso. Você que entende os meus demônios, as minhas feras, meus risos impulsivos, meu modo de falar e essa minha liberdade toda. Você que encontra em mim um porto seguro quando na verdade o meu porto de seguro não tem nada.


Você que esteve ali ao meu lado, abraçou, chorou, gritou, pediu e me tem, ainda que soluçando, me tem. Inteira, sem metades, sem empecilhos. Com maldade, com amor, com vontade. Você que me encontra no sábado à noite e me abraça de um jeito tão louco que me faz sentir, única.


Tomei as suas dores, você tirou os meus medos. Acreditou nos meus sentimentos e passou a mão sobre a minha cabeça como quem diz: Vem, estou contigo. E quando eu vejo, ali estou, com a cabeça deitada em seu colo pedindo, por favor, mais um pouquinho. Mais um cheirinho. Não me deixe. E o que quiserem falar, que falem. Sou eu, aquela destemida, sem letras e sem medo do passado. Caminhar ao seu lado, não deixar nenhum encosto, nenhum medo bobo te tirar de mim. Sou aquela que eles querem, que elas temem e que você tem nas mãos.


Nossos ritmos sempre em conjunto por mais distantes. Não peço segundos, não peço que me tenha contigo como um refúgio das noites de solidão. Quero mais, você me deu esperança, você acalmou o que em mim havia de mais inquieto. Você tocou meu coração e se tocado ele foi, ele sentiu, gostou e aqui está pedindo o que você prometeu. Não tenha medo do que há em mim, eu posso mostrar que tudo o que havia aqui, passou. Não tenha medo de tocar o amor, eu irei aonde for para mostrar o quanto eu quero mudar o que passou e viver com você o dia de sempre. Os mesmos dias.

Débora Gonçalves

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vontade de você


Sempre pensava que tinha razão, ouvia meu coração me dizer um enorme não em meio a esta situação complicada e ao mesmo tempo adorável. Sentia uma paixão, misturada com emoção, um desejo por amar a vida. A minha vida. E amei! Sentia e acreditava em tudo o que meu coração me falava instindo em mudar. Mudei, chorei e senti na pele o meu avesso, se retorcendo e voltando para a minha realidade de pensamentos útopicos com sonhos e fantasias mutáveis.
Apertou meu peito, ao mesmo tempo, me matando de desejo, fiquei esfomeada. E hoje, matei. Comi e bebi de você como nunca havia sentido um gosto de amor antes. Irritada e assoberbada me dei por conta das minhas insanidades e desse coração latejante de vontade. Como é bom sonhar acordada, nem dormir. Morrer de insônia e matar a vontade de você. Ironia dizer que nada mais é igual. Irônica, mulher mentira. Te toma e depois cospe aos poucos. Tola, tola, tola e tola!
Me desfaço aos poucos pensando em você, me cai os pedaços que vão se moldando e te montando à minha frente. Aos meus olhos que delicadamente te olhavam e nem piscavam. Quando levo minhas mãos até sua face, quebra. Sonhei que era real, mas tudo era um sonho. E hoje, sinto frio e fome. Não mente, não te enganas. Vem até a mim novamente. Me aqueça, me toma em seus braços. E por fim, que eu não acorde.